Sertanejares
Uma linda manhã poética com Lilia Diniz:
Brincadeira de menina
“Então a gente brincava
imitando as lavadeiras
as dos açudes, dos poços
em cantigas corredeiras
fazendo espuma branquinha
lavando com as casquinhas
daquelas saboneteiras
as roupas das bonequinhas
todas bem prazenteiras”
Lília Diniz veio apresentar seu livro“Sertanejares” para nossos alunos do sexto ano, que irão trabalhar durante este primeiro bimestre. Nesta obra, a poetisa apresenta um linguajar específico do interior do Maranhão.
Lilia é atriz e poetisa dedicada à cultura popular, nasceu em Crioli do Bina, povoado de Tuntum, no Maranhão. Através das raízes sertanejas, a poetisa descreve o cotidiano do sertão.
A obra “Sertanejares” é fruto de uma análise sobre a linguagem dividida em três temas mais o Glossário, uma novidade que ajudará os leitores a entender o linguajar específico do sertão.
O primeiro tema aborda uma questão política sobre a vida das quebradeiras de coco babaçu nos povoados maranhense e a questão indígena, aborda também realidades de outras cidades como Arame e Tanque, retratando a imagem do interior do Maranhão.
Homenageando a Literatura de Cordel, o segundo tema apresenta poemas rimados ou, como a autora costuma falar, “contar os causos” do sertão. O cordel marcou a vida da escritora desde a infância, quando ao lado de seu pai ouvia os causos através da rádio Nacional da Amazônia.
“O amor não pode ficar fora de um livro de poesia”, disse Lilia Diniz ao falar sobre o terceiro tema do “Sertanejares”, uma parte dedicada a versos líricos sobre o cotidiano dos casais.
O formato do livro é mais uma surpresa para o leitor. “Sertanejares” apresenta a forma de abano lembrando os abanos para fogão de lenha ainda presente no sertão maranhense.