“Cantando da Chuva (1952)” por Daniel Tocantins

“Cantando da Chuva (1952)” por Daniel Tocantins

O filme sing’in the rain, lançado em 1952, dirigido por Gene Kelly e Stanley Donen, com roteiro de Dorothy Aldrin e Jack Aldworth. A produção ainda teve a colaboração de Lennie Hayton como compositor, Arthur Freed e Roger Edens como produtores e Gene Kely, Donald O’Connor, Debbie Reynolds, Jean Hagen, Millard Mitche, Cyd Charisse, Douglas Fowley, Rita Moreno como atores principais.

O diretor Gene Kelly, nasceu em 23 de agosto de 1912 na cidade de Pittsburgh, Pensilvania, EUA e foi diretor, ator, roteirista, coreógrafo e produtor de cinema muito famoso que trabalhou em vários filmes como Cheyenne, Gigot, Um Dia em Nova York, A Bela Ditadora e outros.

O diretor Stanley Donen, nasceu em 13 de abril de 1924 na cidade de Columbia, Carolina do Sul, EUA, foi diretor, roteirista e produtor de cinema muito famoso que trabalhou em filmes como Feitiço do Rio, Os Aventureiros do Lucky Lady, Charada, A Bela Ditadora e outros.

O filme fala sobre a transição do cinema mudo para o falado. Ele e voltado para pessoas e estudiosos de cinema que querem saber mais sobre como foi a criação do cinema falado e a transição do mudo para o falado e para pessoas que gostam de musicais.

O filme gira em torno dos personagens Don Lockwood, Cosmo Brown, Lina Lamont e Kathy Selden que são atores de Hollywood famosos (exceto Kathy Selden que é atriz de teatro).

De início a obra cinematográfica mostra como era a estria de um filme no cinema naquela época (1927) por meio de uma cena em que é mostrado a estria do filme “O Patife Real”, nela todos os atores estão chegando no cinema enquanto uma mulher está no microfone falando sobre o evento e a respeito dos atores que vão chegando. Por conseguinte, é debatido a respeito da diferença entre atores de cinema e de teatro, a personagem Kathy Selden fala que intérpretes de cinema não são atores de verdade          pois não               precisavam  falar      por                  causa da      tecnologia     da       época             e

consequentemente não existiam diálogos ao contrário do teatro.

Seguidamente, ele destaca a forma como Don Lockwood ficou pensativo sobre o que a Kathy Selden lhe disse, além disso é mostrado os bastidores (principalmente por parte dos atores) da produção de um filme, como os atores atuavam na época com expressões (faciais e corporais) sempre bem exageradas.

Em seguida, o filme mostra como se deu a transição do cinema mudo para o falado, o primeiro filme falado foi o “The Jazz Singer” da Warner Bros. os personagens têm certeza de que o filme não iria ir bem nas bilheterias, mas ao contrário do que eles esperavam o filme foi um sucesso por causa disso o filme que estava em produção teria de ser assim também e os atores teriam que se adaptar.

O filme apresenta uma temática sobre a transição do cinema mudo para o falado, ele mostra como essa fase a o mesmo tempo que abriu novas possibilidades também foi difícil para alguns se adaptarem a o novo modo de fazer filmes.

O grande ponto do filme recai sobre como foi difícil para as pessoas evolvidas nos filmes se adaptarem a ao cinema falado, por parte dos atores eles tiveram que mudar radicalmente sua forma de atuar, não mais somente com as expressões faciais e corporais, mas agora além disso eles tinham que atuar falando ou seja teriam que trabalhar sua oralidade.

Isso é mostrado na cena em que Lina Lamont está na fonoaudióloga trabalhando sua dicção ao falar a palavra “aguento” e em vez de falar a palavra corretamente fala “guento” a profissional a corrige, porém ela insiste em falar errado, em outra cena em que Don e Lina estão refazendo a cena de um filme agora falada o diretor tenta de tudo, mas não consegue capturar a voz dela pois por estar acostumada com o cinema mudo ela ficava mexendo a cabeça e não era possível capturar toda voz corretamente. Além disso o filme é rico em seus números pois por ser um musical uma das grandes qualidades dele tem que suas músicas e coreografias que muitas vezes são grandiosas e engraçadas, um exemplo disso é o número “vamos dançar” onde mostra um homem tentando arrumar emprego na Broadway onde muitas pessoas participam

dele e o número “faça rir” onde o Cosmo faz palhaçadas enquanto canta.

O filme também pode revelar como foi difícil por parte da produção pois na época eles usavam uma tecnologia chamada Vitaphone para gravar o áudio, ela consistia em gravar o áudio em um disco a parte e após isso a sincronização dele com o projetor, por causa disso se eles fossem exibir o filme acontecia a perda de sincronismo pois ele já estava desgastado, é possível ver isso na cena em que está acontecendo a exibição de “O Cavaleiro Duelante” e acontece uma dessincronização labial durante um diálogo.

Uma das grandes qualidades do filme é a sua comédia tanto nos números musicais quanto fora deles isso e demonstrado tanto no número “façam rir” que é totalmente focado na comédia quanto na cena de exibição do filme “O Cavaleiro Duelante” onde tudo dá errado e além da cena ser cômica ela mostra outra grande qualidade do filme que é como ele mostra a dificuldade para os estúdios se adaptarem a o cinema falado pois essa transição começou do nada, outro ponto positivo do filme são os seus números que são divertidos e cheios de qualidade tanto em suas músicas quanto em suas coreografias, além disso outra coisa que é muito boa nele e a sua metalinguagem pois ele revela muito dos bastidores de se fazer um filme, ele mostra muito do processo de atuação e como o diretor participa disso dizendo o que o atores devem fazer.

Resta demonstrado, em geral que o filme em questão representou muito bem como a transição do cinema mudo para o falado foi conturbada e de difícil adaptação.

O filme e interessante para o estudo da história do cinema.

Por: Daniel Tocantins.

Referências

Webinsider. A transição entre o cinema mudo e o sonoro. Paulo Roberto Elias: 2012. https://webinsider.com.br/2012/03/14/a-transicao-entre-o-cinema-mudo-e-o-sonoro/